ATAXIA-TELANGIECTASIA E FONOAUDIOLOGIA |
Fonoaudióloga responsável: Maria Lúcia T. Nishinaka Fernandes
Fonoaudióloga – Mestranda em Ciências Aplicadas a Pediatria pela UNIFESP/EPM
Supervisão: Prof. Dra. Beatriz Tavares Costa Carvalho |
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Um dos principais sintomas que os indivÃduos com A-T podem vir a apresentar é a disfagia (dificuldade de deglutir) orofarÃngea grave, que pode causar a pneumonia por aspiração. |
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SINTOMAS |
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- Dismetria ou tremores de intenção: Difuldade para definir direção, extensão, força, e tempo de um movimento de forma precisa. O paciente não consegue chegar a um alvo ou ele é ultrapassado ou usa muita força e bate no alvo ou usa força a menos e não consegue segurar o objeto;
- Iniciação e realização lenta de movimentos voluntários;
- Hipotonia postural e facial: flacidez da musculatura do corpo e da face;
- Disartria: incapacidade de articular as palavras de maneira correta;
- Dificuldade de mastigar determinados alimentos;
- Sialorréia: é a perda não intencional de saliva pela cavidade oral ou a bába;
- Problemas respiratórios que dificultam a coordenação da sucção, mastigação e deglutição;
- Dificuldades para tossir com eficiência
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Os indivÃduos com A-T apresentam inicialmente a disfagia funcional oral, onde há uma dificuldade de preparação do bolo alimentar devido à alteração muscular e das estruturas da boca (céu da boca, dentes, vestÃbulos, entre outras). Estes indivÃduos demoram mais para mastigar alimentos. Alguns não conseguem comer todas as consistências, deixam escapar o alimento e/ou lÃquido para fora da boca, e muitas vezes nem percebem que o fazem. Engolem, mas não com eficiência, necessitam engolir várias vezes para limpar a boca e mesmo assim ainda sobram restos de alimento.
Com a progressão da doença a deglutição pode  piorar, apresentando sintomas como engasgos e tosses. É a disfagia na fase farÃngea, onde há a dificuldade de coordenação da respiração com a deglutição na região da garganta. Este tipo de disfagia pode, em alguns casos, ser mais acentuado para lÃquidos do que para sólidos, associando-se aos fenômenos de regurgitação nasal e aspiração pulmonar do conteúdo alimentar.
Ou seja, a disfagia pode trazer complicações como a desnutrição, desidratação e complicações respiratórias. |
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Em um estudo, da Johns Hopkins University (2008), observou-se que dentre indivÃduos com A-T que apresentaram disfagia, uma grande porcentagem apresentava-a na forma silenciosa, onde o indivÃduo não percebe que o alimento está indo para o lugar errado, isto é, disfagia orofarÃngea grave.
A coordenação das funções, principalmente da respiração, sucção, mastigação e deglutição, durante o processo de alimentação, é essencial para fornecer a nutrição e alimentação adequadas e para prevenir a aspiração pulmonar e sua sequela. |
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PESQUISA EM ANDAMENTO |
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Atualmente está sendo desenvolvida uma pesquisa na UNIFESP, na área da fonoaudiologia, no campo da Motricidade Orofacial, cujo foco é a reabilitação ou a habilitação de todas as funções estomatognáticas (respiração, sucção, deglutição, mastigação e fonação), adequando a postura, a mobilidade e o tônus muscular do complexo orofacial que atuam diretamente nessas funções. O método de tratamento para este estudo é baseado na Terapia de Regulação Orofacial e Corporal no Conceito Castillo Morales, associada à estimulação do fluxo aéreo nasal e exercÃcios especÃficos para cada paciente.
O intuito é melhorar as condições musculares para prevenir a disfagia grave precoce e melhorar a qualidade de vida destes indivÃduos.
Existem várias abordagens terapêuticas, sendo que algumas retratam a importância significativa do trabalho de adequação da postura corporal para a reabilitação funcional das estruturas do complexo orofacial: |
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Postura Corporal |
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Influencia muito no ato de respirar, sugar, mastigar, deglutir e falar. Os pacientes com A-T com dificuldade de locomoção devem passar a maior parte do dia sentados do que deitados, de preferência com apoio nas costas, na cabeça e nos pés para garantir uma postura mais ereta. Isto, além de auxiliar nas funções já referidas, auxilia também no controle cervical (pescoço), no aumento da capacidade pulmonar e também melhora no processo digestivo |
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Respiração |
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O nariz deve estar sempre descongestionado. Em alguns casos o paciente pode estar com um fluxo aéreo nasal inadequado. O déficit aéreo nasal pode prejudicar no processo da mastigação, sucção, deglutição e fala. O paciente pode vir a ter cárie dentária decorrente da mudança do PH da boca, déficit do olfato e do paladar, prejudicando na alimentação. |
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Mastigação |
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Certificar-se de que o paciente está mastigando dos dois lados alternadamente, de preferência usando os dentes do fundo e de boca fechada, pois haverá uma movimentação maior, fortalecendo a lÃngua, melhorando a
eficiência do ato de engolir. Se o paciente tiver condições para manter o movimento de mastigação e o tônus muscular dos músculos envolvidos na mastigação deve-se manter sempre a consistência mais sólida do alimento. A mastigação eficiente auxilia na melhora da alimentação. Deve-se mudar a consistência dos alimentos para pastoso quando houver necessidade. |
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Deglutição |
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Deve ser observada cuidadosamente. Não pode haver engasgos, tosse ou movimentos como se o paciente estivesse engolindo algo grande. Deve-se sempre ter uma formação adequada do bolo alimentar, com bom envolvimento da saliva e boa trituração. Se necessário, o paciente deve engolir várias vezes para que não haja resÃduos alimentares dentro da boca, e o lÃquido deve ser colocado em pequenos goles para que ele não engasgue. Tomar cuidado com alimentos que tenham mais de duas consistências como sopas com pedaços de legumes, carne e lÃquido. O paciente deve engolir sempre de boca fechada para que não haja escape do alimento e/ou do lÃquido. |
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Sucção |
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O paciente deve aprender a sugar, de boca fechada, todos os resÃduos da boca conjuntamente com a saliva, da nasofaringe e da laringe antes de engolir. Em alguns casos é bom utilizar o copo com canudo. |
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A fonoaudiologia, conjuntamente com a nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional e a psicoterapia, constitui uma medida adjuvante ao tratamento medicamentoso no acompanhamento terapêutico de pacientes com A-T. |
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