
Escola e Socialização |
Malena Calixto - Acompanhante Terapêutica Rita de Cássia Rizzo - Pedadoga
A relação das crianças com a escola se dá através do aprendizado. Para as crianças com A-T essa relação, por vezes, se faz delicada, em função de poderem ter um atraso geral no desenvolvimento. Como deve ser para todos os alunos, o foco da atenção escolar deve estar na competência e não na deficiência. Assim, alunos com A-T necessitam de uma estrutura pedagógica e de um reconhecimento de sua funcionalidade escolar, respeito às suas particularidades na organização da elaboração das intervenções e também na reformulação das mesmas, acessibilidade aos espaços físicos e disponibilidade de recursos tecnológicos e pedagógicos. Tendo em vista essas necessidades, apontamos três grandes eixos norteadores do trabalho:
2. FLEXIBILIZAÇÃO DOS TEMPOS DE APRENDIZAGEM
3. DIVERSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS PEDAGÓGICOS E AVALIATIVOS
A relação ensino-aprendizagem é dinâmica, interativa e dialógica. Por isso, propicia trocas cognitivas, afetivas e motoras. É de extrema importância que se faça uma rede - escola, família e profissionais - em torno do aluno com A-T, para que todas as partes estejam envolvidas em concomitância e fortificadas em sua atuação. É no espaço escolar que as crianças iniciam seus relacionamentos para além dos vínculos familiares, por isso a importância da observação constante do processo de interação de grupo e o olhar voltado para as necessidades do indivíduo. Muitos grupos se formam a partir de relacionamentos escolares. Comumente estes vínculos são aqueles em que os indivíduos alicerçam sua vida afetiva/social e por isso são tão fundamentais para a constituição do ser. Isto se torna ainda mais imprescindível para aqueles com deficiências, no entanto em função de suas impossibilidades não ocorrem como deveriam. Diante disto, oferecer um trabalho de grupo fora da escola, com a possibilidade de entrada de jovens não só da comunidade escolar, se faz de suma importância. Visto que nestes momentos de encontros na cidade estarão em contato com pessoas que auxiliarão neste processo grupal, neste espaço de pertencimento; no qual a potência de troca exista no sentido de oferecer um lugar não só familiar, não só escolar, mas, sobretudo um lugar de “amigos”. A formação de grupos de jovens mediada por um acompanhante terapêutico é recomendada e é uma maneira possível de integração social. Através de encontros, estes jovens exercem sua autonomia, seus laços sociais, o contato com a cidade. É através desta nova rede de identificações que se faz possível uma reorganização da pessoa como parte integrante do meio em que vive. |